Como Expandir Seus Negócios Para Os Estados Unidos

Maior mercado consumidor do mundo é voltado para compra e vendas, mas depende do produto

 

Todos os dias empresários brasileiros procuram agências de consultoria, o amigo mais próximo que mora nos Estados Unidos e ou até a comunidade brazuca no Facebook a procura de informações de como expandir seus negócios para a terra do Tio Sam. Não é para menos, o país é a maior economia do mundo e o hobby preferido do americano é consumir, desde produtos a serviços.

Com uma grande variedade cultural de estado para estado, o empresário estrangeiro vê no mercado americano a mina de ouro para abrir uma filial, franquia ou até o primeiro negócio da família. Entretanto, quem trabalha na área e lida diretamente com esses empresários visionários pedem cautela na hora do investimento.

Não é porque Steve Jobs começou a multimilionária Apple na garagem do seu pai que qualquer ideia de negócio pode alcançar o mesmo sucesso. Nem mesmo as altas cifras de investimento no plano de negócios é garantia de alguma coisa. Que o diga a rede britânica de supermercados, Tesco. Seus £1.5 bilhão não conseguiram segurar o nome do empreendimento na ex-colônia. O negócio foi por água abaixo.

Caso semelhante aconteceu com a brasileira Vivenda do Camarão. O investimento divulgado na imprensa americana em 2014 era de $20 milhões em uma rede de fastfood dedicada ao camarão – Shrimp House. As primeiras e únicas lojas abriram as portas no Sul da Flórida e não duraram dois anos.

Um problema comum, acredita Carlo Barbieri, presidente do Oxford Group é que o empresário estrangeiro, em geral quer que o consumidor americano se adapte ao seu produto e costume e não aceita se adaptar. “Os países são diferentes; a cultura é diferente; os hábitos de consumo são diferentes; as leis são diferentes; as formas de entrada no mercado são diferentes e assim sucessivamente’’, alerta.

 

Na opinião da publicitária, Juliana Bittencourt, da EySea Solutions, o empresário brasileiro precisa ter humildade para aprender. “Não importa quem você seja, o quanto você saiba, o quanto você ganha. É um novo mercado, uma nova realidade. Pesquise, estude, teste, pergunte. Não tenha vergonha de recomeçar. Sem dúvida, a sua experiência vai fazer você acelerar a curva de aprendizado, mas ela certamente existirá”, antecipa.

 “Chegando aqui é importante entender as diferenças e sutilezas do mercado. É definitivamente, um ambiente mais propício para se fazer negócios. Se compararmos com o Brasil, os custos operacionais favorecem o empresário. Mas, por outro lado, a competição é mais acirrada.  É necessário rever preços, tamanho de equipe, rearranjar tarefas, etc. As empresas brasileiras, quando chegam, costumam demorar um tempo até entenderem que não dá para agir no mercado americano da mesma maneira que agem no brasileiro’’, alerta a publicitária.

Mas mesmo assim, o mercado americano é promissor. O número de programas e organizações governamentais e privadas que podem oferecer um help (ajuda) a quem está chegando é grande e diversificada. A chave é ter o maior número de informações possíveis antes de investir os dólares, aliás o triplo em reais.

‘’Há muitos pontos de benefícios para o investidor que vem de fora. Depois de dois anos de operação da sua empresa aqui ele pode obter uma garantia Federal para seus empréstimos. Tem ainda as associações de investidores que podem se interessar por investir no negócio. Mas é imprescindível, estudar a vocação dos condados. Cada um tem diferentes formas de subsídios, dependendo de se encaixar ou não em sua vocação’’, alerta Barbieri.

 

A Flórida tem aproximadamente 20 Milhões de habitantes, destes, de acordo com a estimativa do Consulado Geral do Brasil em Miami, aproximadamente 300 mil são brasileiros, apenas 1,5% da população do estado.  A região do Tri-County (Miami-Broward-Palm Beach) corresponde a 8ª. região mais populosa e economicamente ativa do País. São 6,7 milhões de habitantes.

 

Mesmo assim, o órgão americano responsável por dar suporte `as pequenas empresas, Small Business Administration (SBA) afirma que em 2015, cerca de 80% das empresas que abriram as portas, fecharam. Eles não separam entre empresários americanos e estrangeiros e os dados de 2016 ainda não foram divulgados.

Mas aparentemente esta percentagem não intimida ninguém, o número de empreendimentos na Florida cresce três vezes mais do que o ritmo nacional, 4%, contra 1,2%

‘’Miami é o portão de entrada para a América do Sul e por isso os pequenos negócios comandados por minorias (mulheres, estrangeiros por exemplo) crescem em ritmo acelerado’’, explica Jonel Hein, Diretora Distrital do SBA no Sul da Flórida.

A opinião da diretora sobre o `abre e fecha` de empresas é a mesma que outros empresários. ‘’Eles começam sem os recursos suficientes e acreditam que sabem tudo’’, revela.

O órgão americano tem como objetivo ser a referência e fazer a ponte entre o pequeno empresário e qualquer serviço que ele precise para crescer e prosperar. Inclusive ser fiador para empréstimo bancário de até $150 mil.

Mas não é qualquer um que vai chegar às portas do SBA e solicitar dinheiro para abrir seu negócio. O empresário precisa estar com o seu empreendimento funcionando em um dos 24 condados no Sul da Flórida há pelo menos um ano, além de outros critérios. “Nós vamos direcioná-lo para o que ele precisa, ajudar com plano de negócios e etc’’, esclarece a diretora.

 

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